quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

apresentando Bóris

Reacendi a velha vontade pelos peitões que zanzam por aí.
Boris qué vê teta.

Boteco: O Inferninho. Boris andando pra lá e pra cá, trôpego, soluçando suas cachorradas com a prima. Mulher fria da Rua das Fábulas, pedra 97.
Silício besta pra dois trouxas que seguem a vida na pena de morte.
“Boris qué vê teta! Boris què vê teta!”
“Olha aqui Boris, ce ainda lembra e ainda gosta, num gosta?”- berrou sua prima, exibindo a coxa branca e meio mole, de cinta liga rasgada e um perebão escondido por debaixo de seu vestido.
Seu Gordão...”Ei, ei Gordão, vai piá um mocotó hoje aí?”
“Vai sim irmão!”
Retrato tricotado feito retalhos coloridos, pedaços mal cumpridos de tarefas apregoadas e deixadas pra trás. Os sonhos ficaram abreviados na poeira serrana que varou seus pés.Orgulho e preconceito também ficaram meio aterrados., São até bem dispostos, pouco livres e um tantinho corriqueiros. Se não fossem também, que seria da parcela mais tenra de nossa sociedade? O resto? Quase nada, não interessa não. Pois que seriam dos piedosos se não fossem os fudidos? Que seriam dos santos sem a bondade dos papas? Que seriam dos bons se não fossem nós os nós cegos? E o que, o que seria do sexo sem a risada e da gargalhada sem o sexo? E todos juntos, da janela do meu apartamento borrifando um pouquinho de graça nessa vida miúda?
Faltava-lhe uma perna, seu corpo nem era nada daquilo, mas tinha um sorriso lindo e uns dentes bem brancos. Enquanto Boris arregaçava-se nas carnes moles de sua prima, o Gordão arrancava uns dois ou três fiapinhos de cabelo dos cordões de seu calção. Eu, com essa manquitola sorriso de monaliza, acabando de gozar tudo dentro, bem gostoso...hum, maravilha!

Despedi de todos, tomei um trago e fui deitar. Fui tranqüilo, admirando esse retrato piedoso da rua em que moro.